sábado, 25 de novembro de 2023

MINHA PIOR VERSÃO

 

 

Dedico esta poesia à pior versão escondia por detrás daquilo aparentamos ser


 

Quando me tornei
A minha pior versão
Me tornei finalmente
Inteira
A barragem que conteve o feio
Fragilizada pelo tempo
Se rompeu
Desairosa
Se despejou furiosa
Alagando tudo
Afogando o amor
Que disseste ter por mim
Amor condicionado
Ao ser que devo SER
Amor falsificado
Que rouba a verdade
Que mora em mim
A lama que rompeu
O insustentável
Secou
Virou barro seco
Rachando a minha face
Agora dura e áspera
Seca de elogios
Repleta de críticas pejorativas
Que me racham ainda mais.
Conti dentro de mim
Aquilo que lhe engasga
Engoli seco tantas vezes
A minha feiúra
Feiúra bela
Feiúra livre
No entanto, acorrentada
Pelo medo de não ser bela
Por tanto tempo
Sustentei elogios
Comprado a duras penas
Iludida
Paguei um preço alto demais
Desiludida
Endividei
Destituída de meus recursos
Empobrecida daquilo que não consigo ser mais
Só desperto asco
Desperta
Sigo incomodando todos
Criando problema
Onde eu era a solução